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A Amṛta

de Maria

em 27 Nov 2014

  Na sua vertente superior e espiritual o Tantra transcende o sexo. Será uma ilusão pensar-se que a sublimação das energias, tanto corporais, como mentais e espirituais, passa pela satisfação dos desejos primários numa economia de esforços, enveredando pela via tântrica. A via tântrica é um caminho espiritual. Numa fase embrionária, passa por aquilo que sustenta a vida animal no homem, que é o envolvimento sexual, seja pela necessidade fisiológica, seja pela procriação, e, só pode chamar-se tantrismo, quando já engloba etapas de estudo e de prática de Meditação (Tantra é uma disciplina do Yoga), onde começa então, a sublimação consciente, para acabar um dia no mais alto grau de desapego e distanciamento da prática de base, que foi a força sexual.

Se não houver uma consciência espiritual, a prática tântrica é apenas uma forma de assumir aquilo que, na maioria da humanidade é a corrente de vida na necessária satisfação, não precisando de rotular com nomes pomposos, com os quais, por exemplo, no ocidente nunca estiveram familiarizados.

Esta, porém, é uma ilusão aliciante por se tratar de uma via, que por princípio, não renega a base da vida, como o fazem a maior parte das religiões e filosofias – mas, só do ponto de vista primário, pois é a via que leva inevitavelmente ao ascetismo, através da própria prática que é a Meditação e não do acto sexual. A verdadeira finalidade do Tantra é acabar na transcendência – é o amor universal: amar todos os seres sem projecção pessoal. O amor está no ser que ama; aquele que pela sublimação expandiu o seu coração ao Divino, ama sem restrições, deixando os caminhos limitativos dos métodos, para aqueles que pensam atingir, ilusoriamente, alguma coisa. Esse não procura que os outros o amem, mas é ele que ama, não exige nada, ama sem distinção: assim é o amor do Absoluto, Infinito…
A via tântrica seduz o homem, porque encontra um método que lhe permite permanecer nas suas necessidades básicas fisiológicas, sem ter de abdicar ou moderar, supondo que pode atingir a iluminação, sem deixar a força da matéria. Engana-se, a matéria, exerce uma força magnética e gravitacional, para baixo pela atracção à Terra e corre-se o risco de ficar preso nas malhas inferiores dos desejos corporais, esgotando as energias vitais e ressentindo-se no cérebro, ficando por isso então, incapaz de usar a sua inteligência para alcançar a iluminação ou o Divino. É a via contrária à purificação dos desejos corporais e astrais, do desapego ou do distanciamento dos prazeres do mundo e que acaba na exaustão.

A grande questão da vida do homem, na realidade de toda a humanidade, (homens e mulheres) centra-se no domínio da própria energia de vida que passa por um lado, pelo aspecto afectivo, naturalmente benéfico, se não for exageradamente emocional e por outro, deveras preocupante pelo seu mau uso ao nível sexual. Por ela, ao longo dos milénios em muitas civilizações, ocorreram dramas que marcaram os povos pelo uso indevido, descontrolado dessa energia, que levou e leva os seres à corrupção da sua própria dignidade por um instante de prazer.
Sublimar é a palavra-chave que designa a verdadeira forma de o homem aprender a lidar com a sua própria animalidade, pela aturada purificação dos pensamentos e palavras, na contenção interior da raiva, da revolta e de desejos inferiores, estando estes incluídos também na forma como se alimenta.
De facto, o mal não está na energia sexual (ela é a energia da vida), mas, na falta da sublimação, pelo conceito que o homem tem sobre o que é a felicidade, só a encontrando através da sexualidade. A sublimação ajuda a compreender através da própria realização interior o valor e o objectivo espiritual da vida, e como essa energia pode e deve levar o homem à Dignidade, à Verdade e à Iluminação. O Amor faz parte desta energia e é pela sublimação que se ele se desenvolve, usando então a energia como um todo, através do coração numa dádiva ao outro, aos outros, universalmente.

A vida manifestada age pelos opostos que se complementam e, já na tradição oriental encontramos o Yin e o Yang, fórmula que encerra toda a estrutura do Universo. É assim que surge o equilíbrio dos opostos; a noite e o dia, o frio e o calor, o masculino e o feminino, onde a lei da gravidade rege a força da atracção, suportando todos os movimentos desta polaridade. Assim, entre masculino, feminino, homem e mulher, numa inter-acção, acontecem processos energéticos vitais, que contribuem para harmonizar fazendo ascender impulsos internos, tanto físicos como psíquicos e espirituais, que jamais podem acontecer entre dois seres do mesmo sexo.
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