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Silenciosa atenção e mente-espelho

de Ajahn Vimalo

em 07 Out 2011

  Tenho fé numa maneira de ser silenciosa, na presença intuitiva da mente, numa abertura mental onde pensamentos ocorrem mas onde não são levados demasiado a sério. Tenho fé numa total atenção. Acredito que se a mente é sempre conduzida a um estado de silenciosa atenção, então, ela transforma-se num espelho que começa a reflectir a maneira como as coisas são. Fé em ser consciente é aprender a permanecer e apreciar o estar presente. Esta é a minha prática.


Quando as coisas se tornam difíceis sento-me com os olhos abertos e torno a minha mente tão presente quanto possível. Tento senti-la. Isto pode-se tornar numa experiência muito bonita. Ainda que a consciência seja algo momentâneo, surgindo a cada momento pelo contacto da visão com os objectos visíveis (por exemplo), podemos aprecia-la na nossa experiência.

Isto pode trazer paz e alegria às nossas vidas. As pessoas podem-se focar naquilo que é negativo. Podemos fazer isso em relação a nós próprios e depois ficarmos deprimidos. Esta examinação da presença de mente é algo diferente. A mente presente é a ‘porta para a imortalidade’. É a plenitude da mente, o vazio da mente. Existe algo nesse estado que não podemos caracterizar. Tal como um espelho que permite que tudo nele se reflicta. Se conseguirmos permanecer ou funcionar nessa dimensão estamos a Caminhar. Existe a seguinte expressão no Dhammapada (§) : ‘A plena atenção é o caminho para a imortalidade’. É disto que falo, a mente presente, plenamente atenta. Quando estamos conscientes e presentes, não ignoramos nada. O ensinamento do Paticca-samuppada (Génese Dependente) explica que as coisas surgem como resultado da ignorância. Neste estado mental presente não estamos a ignorar, existe uma observação directa da experiência.

As pessoas reclamam ‘Tenho de cultivar os factores para a iluminação’, ‘Não consigo chegar a lugar nenhum porque tenho de cultivar paciência e essas coisas todas.’ Mas quando permanecemos presentes e nos entregamos mais profundamente a esse estado, a alegria surge. Isto acontece não por estarmos intensamente concentrados a tentar desenvolver alegria, pelo contrário estamo-nos a entregar a esse estado de presença de mente. E com essa presença - conforme ela vai-se tornando mais bonita - a alegria surge.

A dada altura, ao invés de tentarmos descontrair nessa presença começamos a ficar conscientes de que ela existe e que tudo surge dentro dela. Esta é outra dimensão. Começa a acontecer naturalmente. Então, seja o que for que estejamos a fazer, quer estejamos parados ou a andar, a movermo-nos rápida ou lentamente, as coisas são algo diferente, o mundo é algo diferente. Não estou a dizer que atingi alguma coisa. Não atingi coisa alguma. Estou apenas a partilhar a minha compreensão daquilo que é a plena atenção.

Quando a mente é consciente torna-se bastante evidente o que é bom ou mau para nós. Coisas que o Buddha (§) ensinou começam a surgir, não temos de pensar acerca delas, de súbito simplesmente compreendemos, realizamos. Quanto mais confiarmos na consciência mais as coisas se resolvem por si; tudo se resolve por si, até os nossos interesses pessoais desaparecerem. Portanto, encorajo todos a terem fé em se transformarem nessa presença consciente.
No Livro ‘Tales of Power’ aparece a descrição do que acontece quando rochas esmagam o filho de Don Juan. Ele conta como viu o corpo do seu filho em agonia. Quando olhou para o seu filho, Don Juan refere: ‘Alterei a minha maneira de ver. Não vi o meu filho a morrer. Se tivesse pensado no meu filho teria visto o seu belo corpo esmagado e um grito de dor teria surgido do meu interior.

Mas ‘mudei a minha visão’ e portanto observei a sua vida pessoal a desintegrar-se no infinito. Pois que esta é a forma como a vida e a morte se entrelaçam. Não vi o meu filho, vi a sua morte. E a sua morte foi igual a tudo o resto’. Quando isto aconteceu Don Juan alterou a sua percepção desviando-se da percepção de ‘filho’; e nessa alteração a sua mente transformou-se num espelho. Ele viu tudo aquilo de forma completamente diferente, mais perto da realidade, da maneira como as coisas são.

Através de constantemente reajustarmos a nossa percepção começamos a ver as coisas como elas são. O Buddha disse que ele ensinou a Norma. Quando continuamente movemos a nossa percepção em direcção à consciência estamo-nos a deslocar para a Norma. Grande parte do tempo, encontramo-nos fora da Norma pois estamos a ignorar (viver na ignorância).
  (... continua) 
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