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A Perspectiva da Floresta

de Ajahn Amaro

em 17 Dez 2011

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Investigação reflectiva
Investigação Reflectiva era outro dos métodos que Ajahn Chah costumava empregar para manter o conhecimento, ou devemos dizer, manter o Conhecimento Correcto. Ela envolve o uso deliberado do pensamento para investigar os ensinamentos, bem como certos apegos, medos e esperanças e especialmente o próprio sentimento de identificação. Ele falava sobre isto quase como se tivesse a dialogar consigo próprio.
O pensamento é frequentemente retratado como o grande vilão nos círculos de meditação: “Pois é, a minha mente … Se pelo menos conseguisse deixar de pensar, então seria feliz.” Mas na verdade, a mente pensante pode ser o mais maravilhoso dos auxiliares quando usada da forma correcta, particularmente quando se investiga o sentimento de individualidade. Quando desprezamos desta forma o uso do pensamento conceptual, perdemos uma oportunidade. Quando estiverem a experimentar, a ver ou a fazer algo, coloquem uma questão do tipo: “O que é que está consciente dessa sensação? Quem é o detentor deste momento? O que é que sabe rigpa?”

O uso deliberado do pensamento (investigação reflectiva) pode revelar um conjunto de assumpções inconscientes, hábitos e comportamentos compulsivos que realizamos. Isto pode ser muito útil e pode produzir grandes realizações interiores (insights). Podemos estabelecer a nossa atenção de forma plena, estável e aberta e depois perguntar: “O que é que percebe isso? O que está consciente deste momento? Quem é que está a sentir a dor? Quem está a ter esta fantasia? Quem está a pensar acerca do jantar?” Nesse momento abre-se uma fissura. Milarepa (§) certa vez disse algo nesse sentido: “Quando o fluxo do pensamento discursivo é interrompido, o portal para a libertação abre-se.” Exactamente da mesma forma, quando colocamos este tipo de perguntas, é como aplicar um punção ao emaranhado nó da identificação, afrouxando os seus fios. Isto quebra o hábito, quebra o padrão do pensamento discursivo. Quando perguntamos “quem” ou “o quê”, por um instante a mente pensante tropeça, fica baralhada. Nesse espaço, antes que ela possa formular uma resposta ou uma identidade, existe paz e liberdade intemporais. Através desse espaço pacífico surge a qualidade inata da mente, a essência da mente. É só através de frustrar os nossos julgamentos habituais, as realidades parciais a partir das quais inconscientemente determinamos a existência, que somos forçados a afrouxar o nosso apego e a abandonar a nossa maneira equivocada de pensar.
Medo da Liberdade

O Buddha (§) disse que o desapego da noção do “eu” é a felicidade suprema (por exemplo no Udana II.1 e IV.1). Mas ao longo dos anos tornamo-nos fãs deste personagem (do ‘eu’ da personalidade), não é? Ajahn Chah certa vez disse, “É como ter um amigo querido que conhecemos durante toda a nossa vida. Companheiros inseparáveis. De súbito vem o Buddha e diz que vós e o vosso amigo têm de se separar.” Isto parte o coração. O ego fica destroçado. Há um sentimento de perda e diminuição. Depois vem o sentimento angustiante do desespero.
Para a noção do “eu”, ‘ser’ é sempre definido como ‘ser algo’. Mas a prática e os ensinamentos claramente enfatizam o ser ‘não-definido’, uma consciência sem limites, incolor, infinita, omnipresente – dêem o nome que quiserem. Quando ‘ser’ fica desta forma indefinido, parece uma morte aos olhos do ego. E a morte é a pior coisa. Os hábitos baseados no ego esperneiam com fúria e procuram algo para preencher o espaço vazio. Qualquer coisa serve: “Rápido, dêem-me um problema, uma prática de meditação (isso é apropriado!). Ou que tal algum tipo de memória, um sonho, uma responsabilidade que não realizei, alguma coisa em relação à qual possa sentir angústia ou culpa, qualquer coisa!”
Experienciei isso várias vezes. Nesse espaço, é como se houvesse um cão faminto na porta a tentar desesperadamente entrar: “Por favor, deixem-me entrar, deixem-me entrar.” O cão faminto quer saber: “Quando é que este sujeito vai-me dar atenção? Ele já está ali sentado há horas como se fosse um raio de um Buddha.
  (... continua) 
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