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Plasticidade Cerebral

de Ajahn Vajiro

em 17 Jan 2012

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A dúvida é algo frequentemente problemático: não sabermos o que está a acontecer, estarmos incertos, não estarmos claros, não estarmos seguros acerca de nós próprios ou acerca do que fazer. A maior parte de nós tenta ultrapassar o estado de dúvida tentando encontrar certezas: ‘Quero ter a certeza, quer ter a total certeza, quer ter a certeza que é absolutamente certo, quero ter a certeza que é a opção certa’. Mas até mesmo no simples caso de aprender um cântico haverá alturas em que não estamos seguros qual é a próxima palavra. Posso dizer-vos que na minha experiência, quando estamos a cantar sem o livro (porque se estamos a falar em aprender os cânticos de cor não faz sentido utilizar-se o livro), e temos a noção de que não sabemos o que vem a seguir (e de forma alguma vamos ter a certeza pois sem o livro…), se repousarmos na nossa consciência por um breve momento, o que vem a seguir será revelado. Se o tivermos aprendido será revelado. Não ultrapassamos o estado de duvida através de tentarmo-nos agarrar à certeza. Ultrapassamos o estado de dúvida através de nos entregarmos à consciência. Não se extingue a dúvida tentando que as coisas sejam de determinada forma. Tentar que as coisas sejam de determinada forma é uma história sem fim. A única maneira de ultrapassarmos a dúvida é confiar na consciência e isso é assustador. Até mesmo quando estamos a cantar o patimokkha(2) é um pouco assustador, ainda que tenhamos alguém a fazer o ponto. Temos de ser capazes de entrar naquele estado em que simplesmente descansamos na sabedoria da consciência. Confiar. Esta é uma forte recomendação para todos vós: não encontrarão uma saída para a dúvida através de tentarem encontrar certezas.

Acho que é tudo por hoje e espero que isto vos encoraje a mudar essas células cerebrais! Não tenham medo de ficar com falta de espaço no vosso cérebro por o encherem com os cânticos. Na verdade o que acontece (segundo os cirurgiões cerebrais) quando aprendemos algo bem tornamo-nos mais eficientes. Quando aprendemos algo correctamente estamos a proporcionar a possibilidade do cérebro utilizar um menor número de células cerebrais para executar as tarefas necessárias. Quando não estamos seguros por não termos decorado bem os cânticos (neste caso), estamos na realidade a utilizar mais células cerebrais e a criar mais caos. Assim, quando aprendemos algo devidamente são necessárias menos células cerebrais para tornar as coisas claras. Este livro que o Ajahn Jayassaro recomendou-me relata os vários tipos de experiências que os cirurgiões cerebrais efectuaram com variados tipos de pessoas. Tenho estado a contemplar isto e a perceber que faz sentido. O cérebro é plástico. Através de treino, o cérebro pode tornar-se mais eficiente e eu desejo-vos o melhor no vosso treino para a total libertação de toda a confusão.
Evam
Notas:
(1)Anagarika: no budismo Theravada um(a) Anagarika(ā) (lit.‘sem lar)’ é aquele que deixou para trás a maioria das suas posses e responsabilidades para se dedicar a tempo inteiro à prática budista. É o primeiro estágio da ordenação monástica, anterior à ordenação de monge noviço. O Anagarika vive sob os Oito Preceitos budistas.
(2)Patimokkha: é o código básico da disciplina monástica Theravada, consistindo em 227 regras para os monges (bhikkhus) e de 311 para as monjas (bhikkhunis). Encontra-se no Suttavibhanga, uma das divisões do Vinaya Pitaka. É recitado pela comunidade monástica na lua cheia e na lua nova.

Tradução de Bhikkhu Appamado
   
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