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Obediência

de Diogo Castelão Sousa

em 30 Out 2023

   A coragem é a marca do Herói. Onde quer que haja intrepidez, auto-abnegação, disciplina, encontra-se em movimento o nascimento da sua história. Ele existe dentro de cada um de nós, cabendo-nos apenas encontrá-lo, através de um propósito que o desperte e capacite a se desenvolver plenamente em nós. A vida passa-se em obediência. É preciso repensar o conceito desta realidade, porque ela está sempre presente. Obedecemos sempre a algo, quer sejam meros prazeres ou altos ideais. Todo o ser vivo obedece a impulsos de determinada realidade. Neste sentido, a questão de obedecer ou não obedecer é uma falsa questão. A verdadeira pergunta é a ‘quem’ obedecer, que caminho, no fundo, servir.

Todo o ser vivo obedece, cumpre, de acordo com determinado estímulo ou impulso, de natureza externa ou interna. Aqueles que vituperam nas suas vidas e se distinguem da multidão são aqueles que obedecem ao edificante, ao bom, ao necessário. Criam para si a vida que serve apenas o essencial do seu propósito.

Por isso, a escolha nada mais é do que uma definição consciente de prioridades e consequente realização das mesmas.

Esta escolha diz sempre respeito à consciência daquilo ao qual me devo subordinar e respeitar. Para tal, é preciso compreender esta realidade da obediência, que se traduz no discernimento de que tudo é uma escolha ou um caminho. Por isso se escuta, “Eu Sou o Caminho” ou se lê “Não podes avançar no caminho enquanto não te tornares, tu próprio, esse Caminho”.

Existe, contudo, um paradoxo, no que respeita à obediência ao Bem e ao Superior. Na verdade, quando nos entregamos a Ele, através de uma ação que tem em vista o Bem Universal, existe uma liberdade inerente ao ato, que transforma a própria obediência em liberdade interior.

Essa é a Liberdade da consciência, de escolher e se aliar àquilo que é essencial. A liberdade não é, portanto, a capacidade de dizer não às dificuldades, mas a força interior que diz sim e as ultrapassa. É a energia que liberta a escravidão ao desejo e forma uma aliança com o mais alto, tendo em vista sempre o motivo superior.

Nesta perspetiva, o Propósito do Ser, que é sempre atingido pela coragem e auto-abnegação, começa pela divisão do fácil e do difícil, do medíocre e do mais alto. De seguida, pelo trabalho consciente, que define o caminho a seguir.

Realizar um desejo medíocre é, portanto, uma forma de obediência, onde não existe qualquer espécie de liberdade. Consequentemente, a Liberdade encontra-se na qualidade de ação, que preenche a mente e o coração e nos indica o caminho correto a seguir. Liberdade é a qualidade espontânea que surge a quem pratica o Bem.

Curiosamente, quem não é capaz de obedecer a si mesmo, à voz da sua Consciência, é forçosamente ordenado, seja pela vida, ou por alguma autoridade externa através dela.
Na verdade, os mais fracos são aqueles que precisam de ser ordenados e não têm a autonomia ou disciplina da obediência interior, pois obedecer não implica necessariamente ser ordenado, mas ser ‘ordeiro’.

Como tal, uma autoridade externa toma temporariamente as rédeas da sua vida, direcionando as suas escolhas. Nesta perspetiva, a vida é altamente inteligente, pois tudo nela obriga à mudança de atitude, à escolha consciente de um caminho a seguir.

Na senda da iluminação, obedecer a Realidades ou Planos Superiores, a Diretrizes Interiores, não significa, pois, ser destituído de vontade própria, mas negar a sujeição a desejos inferiores. Significa posicionar-se no Caminho que se quer tomar.

Assim, há sempre uma escolha em mãos, independentemente de, por vezes, ser interna, ao invés de externa. Como tal, a aparente tranquilidade no plano externo pode, no entanto, refletir um trabalho interior intenso, que se traduz na obediência a estímulos de graus superiores, nomeadamente a sintonia com novos estados ou realidades interiores.

Neste sentido, cada ação ou decisão deve ser continuamente melhorada e trabalhada. Para tal, a Consciência deve se tornar sensível, atenta e responsável por conhecer aquilo ao qual está a Servir.

Deverá aprofundar o Caminho que quer percorrer e a atitude certa que corresponde vibratoriamente ao arquétipo desse mesmo caminho escolhido.

Ser íntegro, é, portanto, obedecer ao estímulo mais alto, descartando o medíocre, através da escolha consciente. Assim, se processa a Evolução do ser.
     


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