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Tradição Espiritual Portuguesa

de Pedro Teixeira da Mota

em 09 Mai 2011

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E o seu objectivo era «um novo Portugal, mas português», hoje isto estará cada vez mais relegado para brumas alcantiladas nas montanhas do Marão ou de outra montanha sagrada, ou remansadas em vales do que vai restando ecológica e antropologicamente do Portugal profundo, se não houver os que continuarem a manter a ligação com a grande Alma Portuguesa, ou a Tradição espiritual, que é intrinsecamente universal, e a consigam efectivar interna, cultural, ecológica, local e internacionalmente, contrapondo à primazia do homem económico, manipulado e sectário, o ser humano espiritual, liberto, criativo, cósmico e solidário...

Contudo, certamente, as sementes da Águia, da Nova Renascença e da Nova Águia frutificarão aqui e acolá, tanto mais que são de qualidade luminosa, como por exemplo, no mesmo nº 1 da 2ª série, de 1912, Jaime Cortesão denunciando os perigos da vida citadina (onde não se contemplam as estrelas (§) nem se pisa a terra) e dando testemunho da teoria da alma-gémea e da Unidade primordial no poema “Esta História é para os Anjos (§)”, diz-nos: «Pois vi-lhe, quando a fitava, /Com os meus olhos nos seus/A parte que me faltava/ Para chegar a Deus. // Oh, olhos extasiados, /Criando um novo sentido,/ Oh, segredos revelados/ No silêncio surpreendido, // Quando as almas estremecem/ à maior profundidade,/Porque enfim se reconhecem/ Na sua eterna Unidade! //(…) Amar é ser a semente,/ Num árido chão sepulta,/ Que germina de repente,/ Transbordando seiva oculta.»
Oiçamos também nesse fundamental nº 1 da 2ª série, Leonardo num diálogo original e unitivo entre Prometeu, o espectro da Terra, e o de Cristo: «a natureza sofre e é impotente, mas o homem possui o fogo do espírito e, com ele, irá acender consciências pelo Espaço. Desperta e luta Natureza! Já não pesa sobre ti a Fatalidade, mas, como amor e o espírito, começa a liberdade, o consentimento mútuo, o auxílio, a fraternidade, a ascensão moral! Deus é o foco invisível das almas, a fonte inesgotável do heroísmo e do amor», ou num Excerto em que nos doa valiosas sementes de meditação e criacionismo, ao considerar as relações das pessoas como mónadas que procuram harmonizar os seus ideais: «ao necessitarismo da matéria é substituído o determinismo moral; e é, de beleza e amor, a atmosfera cósmica. Assim a nossa filosofia será a estética da liberdade e a moral da beleza. A liberdade é o poder do espírito criar beleza, isto é, entendimento, transparência, comunhão, fraternidade. Dominando a matéria, o inerte ou o necessário, pode o espírito afirmar-se com eficácia e valor concreto. A beleza é a graça da transparência, do entendimento entre os seres, o acréscimo contínuo dum novo sol cósmico, que, em luz de amor e recíproca penetração, vai consumindo a matéria. Convém a esta filosofia o nome de criacionismo. Criação de beleza e amor.»

E se ainda sondarmos, por exemplo, o magma do jorro emanado no ano de 1915, encontraremos, para além das críticas ao pangermanismo e à guerra, ou dos muitos artigos de arte e ciência, alguns escritos marcadamente espirituais e perenes, como os de Sampaio Bruno (§) e Teixeira Rêgo, que pensam pioneiramente as opções a uma leitura demasiado conformista e literal da história das religiões e do catolicismo, propondo antes seja a via iniciática seja a da etimologia, gramática e comparativismo mitológico, para que se possa extrair o essencial dos ensinamentos que nos chegaram. Eis-nos com afloramentos da Filosofia Perene, ou da Religião Universal, entre nós...
É significativa a confissão de Sampaio Bruno de tentar executar o que o pai do notável pintor Dante Gabriel Rossetti cumprira em relação à literatura italiana: encontrar o muito que nela respirava de doutrinas ou mesmo agremiações secretas ou não institucionalizadas, tal como já o nosso Faria e Sousa no séc. XVII afirmara nas suas Noches claras, Divinas y Humanas Flores.
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